Foto: Luiz Otávio
Dados do ABRAEAD (Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância) apontam um crescimento de cerca de 62% de alunos que estudam no sistema a distância. O Abraead revela ainda, um maior crescimento na região sul do país, teve um aumento de 631,2%. A EAD surge como uma alternativa de atendimento às demandas reprimidas pela educação superior. Confira a entrevista com nosso Coordenador Acadêmico Flávio Janones, da Rede Interasat, sobre esse novo segmento de mercado.
Interablog – Quando o site apresenta a palavra “licenciado InteraSat” podemos considerar “franqueado InteraSat”?
Janones - Em partes sim, pois oferecemos todo o suporte necessário para o funcionamento eficaz da unidade de ensino, como treinamento de vendas, software de gestão, de relacionamento com alunos, campanhas publicitárias, material didático e cursos prontos. Optamos pelo modelo de licenciamento em virtude de estarmos em estruturas físicas diferentes em todo o Brasil, como universidades, escolas de informática, instituições de ensino em geral e unidades 100% InteraSat. Nossas unidades são flexíveis e customizadas de acordo com o porte da cidade e região de funcionamento. Na teoria, a Franquia deveria oferecer um suporte efetivo ao Franqueado e teria o direito de exigir que o Franqueado seguisse os padrões ditados pela Franqueadora. Na prática, os padrões exigidos por muitas Franqueadoras não condizem com a realidade de muitos Franqueados por isso seguimos os conceitos corretamente e oferecemos o modelo de licenciamento.
Interablog – Qual a maior dificuldade em seguir com o modelo de educação à distância atualmente?
Janones - Sair do trabalho, pegar o ônibus, ir para a faculdade, assistir à aula, voltar para a casa e começar tudo de novo. Essa rotina poderia até ser um padrão para quem quisesse garantir um diploma ou uma preparação de qualidade no passado, mas foi totalmente modificada por uma aliada dos tempos modernos: a educação a distância. Mais flexível, barata e acessível do que a maioria dos cursos presenciais, ela só esbarra em um entrave: no “preconceito” do mercado. Alguns ainda acham que a EAD será mais fácil, ao entrar percebe que terá que se dedicar o mesmo tanto ou mais do que no ensino tradicional, esse fato justifica boa parte das desistências dos alunos na EAD.
Interablog -Qual a rentabilidade deste negócio? Janones - A rentabilidade varia de acordo com o porte da cidade e é claro do trabalho do empresário na captação de alunos e gestão da unidade. Temos o mais moderno sistema de transmissão de aulas do país, o MIDIABOX, uma solução desenvolvida pela DottaTEC, empresa de soluções em tecnologias em educação a distancia, que oferece atualmente 17 canais de transmissão de cursos. O custo mensal é de apenas R$ 127,00 de suporte. As unidades de médio porte possuem em média 3 funcionários e as taxas de royalties variam de acordo com o faturamento. Quanto mais a unidade fatura menor será o repasse. Em caso negativo, caso a unidade não tenha nenhum aluno ela não pagará nada.
Interablog – Quais são as expectativas de crescimento tanto em faturamento quanto em expansão territorial? No segundo caso, abrir unidades fora das capitais é “mais fácil”?
Janones - O Grupo InteraSat fechou setembro de 2010 com 130 unidades em 120 cidades do Brasil. Para cidades até 400 mil habitantes a unidade InteraSat é negociada com apenas 1 empresário, que possui a opção de abrir mais de uma unidade na mesma cidade. Nosso foco é fortalecer ainda mais cada unidade InteraSat, a concorrência deve ocorrer externamente e não dentro da própria rede. Consideramos que a abertura em cidades de pequeno e médio portes no interior é facilitada em virtude da grande demanda reprimida por instituições de ensino de qualidade e pelos investimentos menores para entrada no mercado. É claro que as projeções de ganhos nas grandes cidades são melhores. Atualmente temos unidades e cidades a partir de 12 mil habitantes até grandes centros como Belo Horizonte, Natal e Curitiba.
Interablog - Os cursos oferecidos devem ter aprovação do MEC? São considerados cursos livres?
Janones - Nossos cursos não precisam de reconhecimento do MEC, uma vez que são cursos livres, nos mesmos moldes das escolas de idiomas e informática. A única exceção é para os cursos de pós-graduação em diversas áreas em parceria com a Universidade Católica, autorizados e reconhecidos pelo Ministério da Educação. Atualmente oferecemos um mix diversificado de produtos, abrangendo todas as preparações para concursos públicos, exames do ENEM e OAB, cursos de capacitação e extensão nas áreas de direito, gestão e saúde, além dos cursos de pós-graduação.
Interablog – Num modelo em ascensão, como não cair na tendência de métodos educativos irregulares que tanto afetaram faculdades presenciais ao serem reprovadas pelo MEC na última década?
Janones - Acreditamos que em um mercado em ascensão como a EAD alguns pilares vão ser decisivos para a sobrevivência e fortalecimento das instituições de ensino, sendo as diretrizes do MEC, a qualidade acadêmica que em nosso caso se traduz muito nas aprovações em exames e concursos públicos e no reconhecimento pelo mercado. É importante que esses cursos contem com profissionais bem qualificados, além de boa estruturação de suas grades curriculares, bibliotecas, canais de comunicação, salas de aula virtual, a fim de atender os interesses do público, sanar suas dificuldades, dando condições de boa formação, com níveis de exigência que os faça cursar de forma séria e comprometida.
Interablog – Qual a quantidade de alunos atendidos hoje e quantos são esperados para os próximos anos?
Janones - Atualmente nosso grupo possui aproximadamente 8 mil alunos matriculados e nossa meta é chegar em pelo menos 40 mil alunos nos próximos 3 anos.
Interablog – Acredita que a atual legislação brasileira auxilia na credibilidade da EAD?
Janones - Em partes sim, quando determina algumas diretrizes para as instituições de graduação e pós-graduação, por outro lado o mercado brasileiro ainda é muito tímido na EAD em relação a países como Estados Unidades e Inglaterra. Temos visto uma forte valorização dos cursos a distância no mercado de trabalho, pois as grandes empresas têm acreditado que o aluno que consegue se formar à distância tem muito mais compromisso, levando com mais seriedade seus estudos e o seu lado profissional. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas em Educação (Inepe) informam que muitos cursos a distância já são mais bem avaliados do que seus concorrentes presenciais. Em 2008, por exemplo, um estudo comparou o desempenho dos alunos de 13 áreas distintas no Enade – sistema de avaliação do ensino superior. Em sete deles, a EAD obteve notas superiores.
Prof. Flávio Alves Janones
Diretor Acadêmico da rede de ensino InteraSat. Mestrado em Marketing pela FDPL. Pós-graduação em Gestão Estratégica de Marketing (UFMG). MBA Executivo em Gestão Empresarial (FGV/Ohio University). Graduado em Comunicação Social(PUC Minas). Professor na área de marketing (atendimento) para concursos dos cursos Orvile Carneiro e rede telepresencial INTERASAT. E-mail: flavio@interasat.com.br
